28.1.11

instantâneos [10]

frase de Anatole France [1844-1924]
visto aqui

27.1.11

para dar fruto

«Se o grão de trigo que cai na terra não morre, continua só
um grão de trigo; mas, se morre, então produz muito fruto.»

«Bíblia», Evangelho Segundo S. João 12, 24

Há uma frase que tenho ouvido muitas vezes nos últimos tempos, não necessariamente dirigida a mim: «Quem não se sente não é filho de boa gente». Um dia, retorqui: «Porque é que diz isso tão repetidamente quando está a conversar comigo? Acha que eu sou naïf? Acha que eu sou "banana", é?». Responderam-me: «Não, não acho, mas não é isso que importa. O que importa é perguntar se a Marta acha isso de si mesma. Importa perguntar se aos outros lhes ocorre que a Marta é "banana" e perguntar que importância é que isso tem para si, se é que tem alguma». Eu, menina bem comportada que sou, pergunto. Pergunto tudo.

I – Achas que eu sou "banana"?

Falei com os que me são próximos. Pedi-lhes que me dissessem se acham que sou "banana" e porquê. Obtive respostas para todos os gostos: há quem ache que sou completamente "banana"; há quem ache que sou "banana" em determinadas circunstâncias e quando estão envolvidas determinadas pessoas; há quem ache que não sou nada "banana", muito pelo contrário. Os motivos para tão diversas opiniões são variados, como se compreende: são muitos olhos a ver o mesmo, mas cada par deles de uma perspectiva própria.

Durante muito tempo, dei relevo ao que os outros pensavam sobre mim. Não que me fosse essencial que os outros só tecessem boas considerações quando o assunto era eu. Como qualquer outra pessoa, cativei o afecto de uns e granjeei o ódio de outros e sempre fui muito consciente disso. Contudo, a esmagadora maioria das pessoas com quem me cruzei na vida sempre me apreciaram e eu gostava do conforto que o afecto dos outros me dava. Foi esse conforto que me habituei a sentir que fez com que para mim se tornasse importante que as pessoas me considerassem. Era bom, e do que é bom todos gostam.

Esse conforto nunca me foi difícil de alcançar. De facto, não me recordo de ter engolido grandes sapos para agradar fosse a quem fosse. Também é verdade que isso nunca me foi exigido, porque sempre tive muita sorte nos encontros e na retribuição dos afectos: aqueles de quem eu gostei, gostaram sempre muito de mim. Por outro lado, tenho também a felicidade de ter prazer em fazer muitas coisas muito diferentes, mantendo preferências, mas sem que isso implique sacrifícios: posso deleitar-me tanto num concerto de Mahler como num bailarico de S. João, apreciar tornedó em redução de vinho do Porto com chalota e batatas confitadas tanto como uma boa bifana no pão, viajar de avião com o mesmo entusiasmo com que viajo de comboio. Em suma, não me é difícil adaptar a um sem número de ambientes e circunstâncias – e, porque não, de pessoas – , o que é tremendamente facilitador quando se trata de colher a simpatia dos outros. Talvez por isso, por saber que me era fácil, eu gozasse de uma íntima certeza de que, quando uma pessoa me interessasse o suficiente para eu querer incluí-la no meu universo, seria capaz de o fazer. Talvez por isso, por saber que tinha tudo para o conseguir, me incomodasse um pouco quando o não conseguia, ou não conseguia logo, mesmo quando não tinha a menor intenção de manter a pessoa na minha vida. E talvez por isso eu desse tanta importância ao que outros pensavam sobre mim.

Porém, quando me pus a pensar no que ganhava ou perdia com a importância que dava ao facto de as pessoas pensarem que eu poderia ser "banana", percebi que a resposta é «nada». Na realidade, o que me pode importar que os outros achem que eu sou demasiado permissiva, demasiado liberal, demasiado «deixa arder que o meu pai é bombeiro», ou mesmo que eu sou demasiado rígida, demasiado racional, demasiado preocupada? Nada! O que interessa é o modo como eu uso as minhas características para trilhar o meu percurso com vista a ser feliz. Isso não depende do que os outros pensam sobre mim, mas sim do que eu penso sobre mim, porque o modo como eu me vejo é que me permite não desperdiçar nada do que sou, é que me permite investir tudo o que tenho em mim mesma, de modo a poder proporcionar a melhor pessoa possível primeiro a mim e depois aos que me rodeiam e me amam.

Assim, concluí que, em rigor e agora, estou-me nas tintas para o que os outros pensam sobre mim, o que inclui o facto de eu ser ou não ser "banana" na forma como lido com as frustrações, os fracassos e as desolações. Estou-me literalmente nas tintas, porque a verdade é que cada um lida com isto como pode e como sabe. Há quem seja sempre muito seguro de si e passe pelas coisas como cão por vinha vindimada; há quem se deixe tomar pela tristeza e depois se erga estruturado; há quem se deixe afundar e ande anos até conseguir levantar-se, se conseguir. São inúmeras as formas de reagir a isto e de agir depois disto, umas eventualmente mais "banana" do que outras. A minha é tão-somente isso: a minha. O método de cada um aplica-se exclusivamente a esse um. Como em tudo, nestas coisas cada um sabe de si e, para os crentes, Deus sabe de todos. Assim sendo, quero lá bem saber das opiniões alheias sobre o modo como eu – e só eu – posso conduzir a minha existência. Não significa isto que desconsidere as pessoas. Simplesmente, não lhes concedo um papel que só eu é que posso ter na minha vida: o de ditar o modo como eu devo vivê-la.

II – E eu, acho que sou "banana"?

Depois de ponderar sobre a importância que tem o que outros pensam sobre a minha eventual "bananice", questionei se eu mesma penso que padeço de tal maleita. Antes de mais, reflecti sobre variadíssimos acontecimentos da minha vida. Sobretudo, sobre a última década da minha vida. E sucedeu-me tanta coisa, nesta última década! Tive uns vinte muito plenos, incrivelmente plenos, de coisas boas e de coisas más. Foquei-me, essencialmente, no modo como reagi às coisas más, como geri a minha vida imediatamente a seguir a esses acontecimentos, como passei a viver depois de eles terem tido lugar, como passei a encarar-me depois de eles fazerem parte de mim, do meu passado. E cheguei a uma conclusão.

Não, não acho que seja "banana". Seria "banana", porventura, se, de cada vez que a vida me traz um revés, ficasse cheia de auto-comiseração e não saísse desse registo. Seria "banana" se, de cada vez que me sinto magoada por alguém ou por alguma situação, ficasse afundada naquela mágoa, sem reacção, limitando-me a pensar que não teria de estar a sofrer se houvesse um pouco mais de tacto, um pouco mais de consideração, um pouco mais de maturidade, um pouco mais de qualquer outra coisa. Não o faço. Quando levo um abanão, ando uns tempos a ver estrelas, com a cabeça à roda, com a sensação de que o chão me falta sob os pés. Afortunadamente, não tenho qualquer prurido em deixar que a tristeza tome conta de mim, mas só durante o tempo estritamente necessário. Choro. Baba e ranho, mesmo. Sinto-me miserável e até sou capaz de me permitir ter um pouco de pena de mim mesma, «coitadinha de mim, que estou a sofrer tanto!». Mas esta fase dura uns tempos, não dura a vida toda. Não me fico por aí. Nunca fiquei. De uma forma ou de outra, reuni sempre as forças necessárias para inverter a tendência da auto-comiseração. Deixo-me tentar por ela, até me posso permitir não lhe resistir no imediatamente após, mas nunca me permiti ceder-lhe completamente. Sempre gostei de mim o absolutamente necessário para não permitir que tal acontecesse. Tenho-me aguentado – caramba, se tenho! – e saio sempre mais reforçada destes episódios menos bons. Nunca saí mais pequena do que era antes de eles terem acontecido.

É uma inevitabilidade: às vezes, as pessoas magoam-se umas às outras. As feridas rasgam-se. A carne fica ali, exposta, viva, a sangrar. O choro irrompe. Então, há que esperar que a dor acalme, que o choro diminua. Há que enxugar as lágrimas. Há que limpar o pus da ferida e cicatrizá-la. Há que ranger os dentes, espernear, maldizer este mundo e o outro e morder a corda com toda a força que temos enquanto escarafunchamos até que a carne putrefacta saia toda. Depois, há que deixar o tempo agir, esperar que se fechem os lanhos, ainda que permaneçam as cicatrizes. Só assim é que se curam as feridas com a certeza da cura.

Quero chegar ao fim da vida toda retalhada, cheia de cicatrizes, mas não de feridas. Quero chegar com a sensação de que me esfarrapei toda, mas que isso é sinónimo de que me fiz à vida, de que apanhei porrada, mas que dei muita luta. Por isso é que eu posso afirmar convictamente que não sou "banana". É que os "bananas" não dão luta. São muito altruístas e tal, muito cheios de perdão para dar aos outros e a si, principalmente, mas cheios de feridas por curar. Fogem daquele momento da limpeza do pus, o mais doloroso nas feridas físicas, o mais tortuoso nas feridas psicológicas. Acagaçam-se todos perante a ideia de aumentar o sofrimento num momento que é já de dor. Anseiam que a crosta cubra as feridas, mas nem sequer as limpam para não doer. Tolhem-se todos no seu cantinho à espera que a coisa passe, porque há-de passar.

Se sou "banana"? Não, não sou. Posso não ser a mais brava das mulheres, mas não sou propriamente uma cobardolas. A terra tem de ser rompida para que nasça fruto, não é? Então, também é preciso que se abram feridas para expurgar o que não interessa, de modo a tornar a viagem possível, sem excesso de carga que só nos limita e nos faz arrastar os pés. Dói muito, dói, principalmente a quem se sente porque é filho de boa gente, mas a verdadeira cura nunca pode ser indolor. A vida não é indolor.

© [m.m. botelho]

26.1.11

instantâneos [9]


visto aqui

25.1.11

sozinha

fonte: web

Esta noite fui ver «You'll meet a tall dark stranger», o último filme de Woody Allen, ao cinema. Sozinha. Eu, que nunca fui ao cinema sozinha e que não gostava de o fazer! Pode parecer uma contradição, mas a verdade é que nunca tinha ido porque sabia que não ia gostar e, por isso, sabia que não gostava. Não gostava mesmo.

Sucede que há já uns tempos que vinha desconfiando que, agora, era capaz de gostar de ir ao cinema sozinha. Um dia, dei por mim a pensar que, afinal de contas, nunca me coibi de fazer fosse o que fosse sozinha: sair à noite para beber um copo, jantar fora de casa, caminhar, viajar, ir ao teatro, ir a concertos, ir à praia, ir a exposições, a museus, etc.. Então, por que carga de água é que eu não haveria de gostar de ir ao cinema?

Passei a vida toda sem ponderar isto, negando simplesmente que gostasse de ir ao cinema sozinha. Ora, eu sei bem porque é que não gostava, mas são motivos que não interessa invocar: são passado e para trás anda o caranguejo. Desliguei-me deles e, por isso, passei a questionar se deveria continuar a condicionar as minhas idas ao cinema por factos de outrora. Não, não devo. Nem as idas ao cinema, nem coisa alguma.

Percebi e comprovei que, agora, gosto de ir ao cinema sozinha. Hoje fui e gostei. E vou repetir, quando e sempre que me apetecer. As idas ao cinema e tudo o que me der na real gana, porque cheguei à conclusão de que a minha companhia é, para mim mesma, infinitamente agradável, até numa sala escura, rodeada de estranhos a olhar para um ecrã, alguns dos quais a triturarem pipocas com alarido.

A explicação para isto é, na realidade, bastante simples: gosto imenso de mim e tenho vindo a descobrir que gosto cada vez mais de fazer coisas comigo.

© [m.m. botelho]

22.1.11

luta

«Eu, provavelmente, morro com o fim da luta,
Mas se te faz feliz
Eu paro.

E recomeço
Com um ódio de amor...
Que não nos faça tanto mal,
Que não nos torne mais amargos
E nos deixe sem dúvidas.

Eu, provavelmente, morro com o fim da luta,
Mas se te faz feliz
Eu paro.»



Balla, «O fim da luta».
Do álbum «A grande mentira» [2006].

18.1.11

instantâneos [8]

visto aqui

aprender hoje para aplicar amanhã

Há dias, uma Amiga dizia-me que é absolutamente crente no ser humano e nas suas capacidades. No sábado, em conversa com a minha Irmã, meio a brincar, meio a sério, dizia-me ela, já não sei a que propósito, que para si todos os Homens são os «bons selvagens» de que falava Rousseau e que, portanto, acredita que o íntimo das pessoas é sempre puro.

Depois destas duas observações, assim tão seguidas no tempo, e de já antes ter sido muito espicaçada sobre o assunto por uma outra pessoa, fui forçada a elaborar sobre isto. A resposta, diziam-me, haveria de ser encontrada numa reflexão a partir de mim mesma: «Vá para casa e pense: "Como é que me posiciono perante as coisas menos boas que eu e os outros temos?"».

E eu fui e pensei. Quando voltei a encontrar-me com quem me tinha colocado tal questão disse, convicta: «Posso afirmar que, resumidamente, sou uma crente nos altos propósitos de toda a gente». Com efeito, sou capaz de encontrar [quase] sempre motivos suficientemente nobres para justificar [quase] tudo, tanto o que eu faço ou não faço, como o que os outros fazem ou não fazem. Sim, sou, como todos os outros, cheia de boas intenções! Frases feitas à parte, acredito mesmo que há um radical bom em tudo e todos e que, portanto, há sempre um bom motivo para as coisas acontecerem. De igual modo, creio que as coisas acontecem sempre no tempo certo e que tudo tem um sentido, talvez não imediatamente perceptível, mas que acaba sempre por revelar-se.

Perguntaram-me, então, se eu não estaria a tornar-me uma perita em encontrar «causas de justificação». Perguntaram-me se não penso assim porque é mais confortável imaginar que estamos todos rodeados por bem [ainda que esse bem esteja oculto por demonstrações de mal], isto é, se não penso assim por uma questão de protecção, porque é mais fácil crer que nos movimentamos num mundo idealmente puro do que num cenário de podridão, para o qual baste a inocência pueril e não seja necessário ter capacidades de guerreiro. Diziam-me: «É que se assumirmos que estamos em guerra, somos obrigados a enfrentar o inimigo, mas se formos convictamente pacifistas, temos sempre esse bom argumento para amparar a nossa recusa em guerrear».

Respondi que não. Nem tudo é justificável. Aqueles "quase" entre parênteses rectos lá em cima demonstram isso mesmo. Tenho perfeita consciência de que o bom é algo a que se aspira, mas a que nem sempre se chega. Por isso, sei que aqui e ali todos podem meter a pata na poça na persecução desse bom. Não é que eu seja apática em relação ao que eu e os outros temos de menos bom. Não é que eu ache que os erros são inevitáveis e não lhes dê importância, ou não dê importância aos seus efeitos. Nada disso. O que eu não faço é ignorar que todos estamos sujeitos a cometê-los. Ora, uma coisa são os erros, outra coisa são as maldades. Se me magoam porque querem, deliberadamente, prejudicar-me ou fazer-me mal, não há causa de justificação que valha. Porém, se me magoam porque – hélas! – tem de ser, porque há cursos de vida a seguir, porque há decisões a tomar, porque a existência não é uma coisa estática e ninguém está isolado numa ilha ou protegido por uma redoma à prova de bala e, por isso, estamos todos sujeitos a vermo-nos envolvidos em situações que nem sempre dependem directamente da nossa actuação, tenho a decência de o compreender e de o aceitar, mesmo nos casos em que a minha mágoa poderia ser diminuída. E compreendo-o porque, como diz uma outra grande Amiga minha, «às vezes as pessoas querem, mas não conseguem». Às vezes, os estilhaços atingem-nos e não era essa a intenção de quem os originou, mas as pessoas não conseguem fazer as coisas de outro modo. No fundo, acredito na bondade, mas estou ciente das limitações da sua concretização a tempo inteiro.

Assim, procuro buscar nos embaraços em que a vida me coloca um sentido de aprendizagem. Faço sempre por aprender com os resultados das minhas acções e com os das acções alheias, principalmente quando esses resultados não são propriamente confortáveis. Vejo-os, em suma, como oportunidades que a vida nos dá de nos confrontarmos com as dificuldades para aprendermos a lidar com elas, porque a partir do momento em que o tivermos feito, passamos a perceber muito melhor esse adágio popular tão sábio e tão útil para o crescimento individual de cada um e de aplicação universal a todas as circunstâncias: «homem prevenido vale por dois».

A minha ideia é aprender hoje para aplicar amanhã e oportunidades para pôr a teoria em prática, estou certa, não faltarão. Não sei se a vida é uma guerra, mas sei que tem, pelo meio, umas quantas batalhas. Nelas, de nada vale termos a força de um exército valente se o general que o comanda não for um perspicaz estratega.

© [m.m. botelho]

17.1.11

instantâneos [7]

visto aqui

nanossegundo

Às vezes, sucede que, num segundo [num nanossegundo, talvez], algo do que nos liga ao Outro se quebra, se esfuma, se volatiliza e lhe perdemos o rasto. Não sabemos, em concreto, o que é, mas apressados e seguros, na nossa mania de darmos nomes às coisas, apelidamo-lo de muitas maneiras, cada um a seu modo, dependendo do tipo de ligação que temos com o Outro: encantamento, admiração, deslumbre, fascínio, paixão, arrebatamento. Seja o que for e chame-se lá como se chamar, certo é que sofreu uma alteração. Bastou um segundo [um nanossegundo, talvez].

Confrontados com o sucedido, damos voltas à cabeça para tentar perceber o que era aquilo que se transmutou algures no percurso, como se chamava, o que lhe aconteceu exactamente e porque raio é que aconteceu. Temos muitas perguntas, buscamos muitas respostas e enredamo-nos em profundas elaborações sobre tudo isto.

Depois, para alguns, chega o dia em que já mais nenhuma pergunta importa senão esta: «É possível recuperá-lo?». De entre esses alguns, os mais afortunados começam a ouvir dentro de si uma voz, a princípio ténue, que vai ganhando corpo e volume até que lhes rasga o peito e lhes diz, limpidamente: «Só o saberás se o tentares». Em raros casos, da dúvida nasce a acção: os mais audazes tentam mesmo.

São audazes, não são loucos. Loucos são aqueles que os julgam.

© [m.m. botelho]

16.1.11

o pássaro

fonte: visto aqui

Hope is the thing with feathers
That perches in the soul,
And sings the tune - without the words,
And never stops at all,

And sweetest in the gale is heard;
And sore must be the storm
That could abash the little bird
That kept so many warm.

I've heard it in the chillest land,
And on the strangest sea;
Yet, never, in extremity,
It asked a crumb of me.


Emily Dickinson [1830-1886]

14.1.11

pormenores

Apercebemo-nos de que uma querida Amiga que estamos a receber em casa durante o fim-de-semana conhece muitíssimo bem alguns pormenores da nossa personalidade quando, estando ambas em divisões opostas da casa e sem qualquer contacto visual entre nós, ocorre o seguinte diálogo:

Eu - De que lado te dá mais jeito que arrume as tuas toalhas no toalheiro?
Ela - Isso é-me completamente indiferente. Tu é que dás importância a essas coisas.
Eu - Bom, sendo assim, vou arrumar as minhas toalhas do lado...
Ambas, em simultâneo - ... direito.

E sorrimos.

© [m.m. botelho]

13.1.11

mudar | pensar

Mudar é deixar de pensar muito para passar a pensar muito bem.

© [m.m. botelho]

12.1.11

apelo

do filme ‎«Manhattan» [1979], realizado por Woody Allen
fonte: visto aqui

Ao quarto dia de 2011, uma Amiga disse-me isto: «É um apelo, Marta. E sobre um apelo não se pensa». De então para cá, a frase ressoa em mim todos os dias. Ora, se assim é, é porque ela veio bulir com alguma coisa que não mais se desinquietou.

Começo a crer que 2011 vai ser o ano de todas as ousadias. Assim tenha eu a indispensável coragem para dar todos os passos.

© [m.m. botelho]

11.1.11

provérbio irlandês

fonte: web

Há uns dias, em conversa ao telefone com uma Amiga, descobri que tenho alguma dificuldade em dizer muito rápido a expressão "provérbio irlandês" (ou me sai "puvérbio irlandês" ou "provérbio ilandês"). Depois de tanto esforço para articular devidamente as palavras, vim a descobrir que, afinal, o provérbio em causa é... sueco.

Um destes dias, sou capaz de escrever sobre o quão exigente, mas gratificante é pô-lo em prática. Melhor ainda: sobre o quão necessário é pô-lo em prática, porque, entre outras coisas, faz de nós pessoas melhores. Sim, um destes dias, sou bem capaz de escrever sobre isso.

© [m.m. botelho]

eu

[m.m. botelho] || Marta Madalena Botelho
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