Ontem à noite, deviam ser umas três e meia da manhã, sucedeu que dei por mim num exercício que não era capaz de fazer espontaneamente desde os meus 18 anos e ao qual mais tarde, por graça, dei a pomposa designação de «transcender as experiências exteriores da realidade». Aconteceu ao som da Missa de Bach, numa gravação do Herreweghe, e logo na segunda parte do «Kyrie I». No «Et resurrexit» do «Credo» voltei a subir aos Céus, como nas noites em que me deitava no chão da sala e ficava de barriga para o ar a ouvir tudo o que havia para ouvir.
Sou totalmente incapaz de explicar o que me acontece nestas situações que eram, até ontem, uma lembrança difusa da minha adolescência. O que sinto é o que me fica depois, as sensações de beleza, intemporalidade, imaterialidade e outras tantas que não sei nem posso descrever. O nome que dei à experiência é pomposo, mas verdadeiro, porque verdadeiramente transcendo a realidade e lá não cabe nenhuma das palavras inventadas pelo Homem que possa descrever o que é segredado pelo Universo a quem tem a fortuna de lá chegar.
© [m.m. botelho]
Sou totalmente incapaz de explicar o que me acontece nestas situações que eram, até ontem, uma lembrança difusa da minha adolescência. O que sinto é o que me fica depois, as sensações de beleza, intemporalidade, imaterialidade e outras tantas que não sei nem posso descrever. O nome que dei à experiência é pomposo, mas verdadeiro, porque verdadeiramente transcendo a realidade e lá não cabe nenhuma das palavras inventadas pelo Homem que possa descrever o que é segredado pelo Universo a quem tem a fortuna de lá chegar.
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