O juiz - Mas eles dormiam na mesma cama?
A testemunha - Dormiam, sim.
O juiz - E como é que a senhora sabe isso?
A testemunha - Porque vi.
O juiz - Ai viu?
A testemunha - Vi, sim. Eu cheguei a ir a casa deles e eles estarem na cama. Eu tinha chave, entrava, deixava as coisas e saía.
O juiz - E eles na cama?
A testemunha - Exactamente, e eles na cama.
O juiz - Mas ele podiam dormir juntos e não fazer sexo...
A testemunha - Faziam sexo, faziam, que eu sei que faziam.
O juiz - Ai sabe? Como é que sabe? Não me diga que também viu!
A testemunha - Ver nunca vi, mas eu sei que faziam e se o senhor doutor juiz quiser saber [baixando o tom de voz para surdina] eu até lhe explico porque é que ela nunca quis ter filhos dele!
O juiz - Não, deixe estar, não é preciso. Eu já estou convicto de que a senhora efectivamente pode afiançar que eles dormiam juntos e faziam sexo um com o outro, não precisa de contar mais nada. Afinal de contas, não queremos estar aqui a devassar a intimidade das pessoas...
© Marta Madalena Botelho
A testemunha - Dormiam, sim.
O juiz - E como é que a senhora sabe isso?
A testemunha - Porque vi.
O juiz - Ai viu?
A testemunha - Vi, sim. Eu cheguei a ir a casa deles e eles estarem na cama. Eu tinha chave, entrava, deixava as coisas e saía.
O juiz - E eles na cama?
A testemunha - Exactamente, e eles na cama.
O juiz - Mas ele podiam dormir juntos e não fazer sexo...
A testemunha - Faziam sexo, faziam, que eu sei que faziam.
O juiz - Ai sabe? Como é que sabe? Não me diga que também viu!
A testemunha - Ver nunca vi, mas eu sei que faziam e se o senhor doutor juiz quiser saber [baixando o tom de voz para surdina] eu até lhe explico porque é que ela nunca quis ter filhos dele!
O juiz - Não, deixe estar, não é preciso. Eu já estou convicto de que a senhora efectivamente pode afiançar que eles dormiam juntos e faziam sexo um com o outro, não precisa de contar mais nada. Afinal de contas, não queremos estar aqui a devassar a intimidade das pessoas...
© Marta Madalena Botelho