É costume ouvir-se dizer que «nada na vida acontece por acaso». Não sei se será assim ou não. O que sei, do que tenho a certeza, é que é mil vezes preferível que algo aconteça na nossa vida por acaso do que por acção ou influência de outra pessoa.
Nada é autêntico, embora passemos [e passem] os dias a tentar convencer-nos do contrário. Por isso, se houver alguma coisa a fazer, a dizer, a escrever, convém fazê-lo sempre que sentirmos essa necessidade e não porque alguém no-lo sugeriu. Isto é o mais próximo da autenticidade a que poderemos chegar.
Acredito que quando alguém passa por mim na rua, me chama um nome que não é o meu, me olha mais detidamente e me diz que eu não podia ser quem pensou que eu era porque essa pessoa já morreu, me pede desculpa e se vai em silêncio, nada disto foi por acaso, mas sim porque esse alguém quis, naquele instante, que eu fosse quem não era. Desejou-o com tal intensidade que, de repente, não importou sequer que para eu ser quem queria que eu fosse, eu tivesse de ressuscitar. Isto é - tem de ser - mais do que acaso. Isto só pode ser vontade.
© [m.m. botelho]
Nada é autêntico, embora passemos [e passem] os dias a tentar convencer-nos do contrário. Por isso, se houver alguma coisa a fazer, a dizer, a escrever, convém fazê-lo sempre que sentirmos essa necessidade e não porque alguém no-lo sugeriu. Isto é o mais próximo da autenticidade a que poderemos chegar.
Acredito que quando alguém passa por mim na rua, me chama um nome que não é o meu, me olha mais detidamente e me diz que eu não podia ser quem pensou que eu era porque essa pessoa já morreu, me pede desculpa e se vai em silêncio, nada disto foi por acaso, mas sim porque esse alguém quis, naquele instante, que eu fosse quem não era. Desejou-o com tal intensidade que, de repente, não importou sequer que para eu ser quem queria que eu fosse, eu tivesse de ressuscitar. Isto é - tem de ser - mais do que acaso. Isto só pode ser vontade.
© [m.m. botelho]