Para quem, como eu, gosta de cuidar, forçar-se a não cuidar é uma tarefa hercúlea. Certamente, é-me muito mais difícil a mim ter de não cuidar do que àqueles de quem eu não cuido passar sem o meu cuidado. Não é suposto ter de contrariar os bons impulsos, ter de calar as boas palavras, ter de sepultar os bons sentimentos, ter de abandonar a ternura. Não é suposto e, por isso, ver-me forçada a fazê-lo é-me tremendamente penoso. No fundo, trata-se de contrariar uma das minhas características mais vincadas, tão intrínseca que pode dizer-se que está na minha natureza. É simplesmente horrível ter de empreender esforços para aniquilar algo de bom que reside em mim por não ter como pô-lo em prática.
É uma das aprendizagens que preciso de fazer neste momento e não me sinto confortável com essa necessidade, mas hei-de encontrar um meio de o conseguir. Sinto e sei que sou suficientemente tenaz para enfrentar e superar todos os desafios com que me deparo, por mais estranhos que me sejam. O que não farei é tomar a via fácil de transmutar o bom no mau, o amor no ódio, o cuidado no desprezo. Não é novidade para ninguém que eu faço sempre as coisas da maneira mais difícil. Esta não será excepção.
© [m.m. botelho]
É uma das aprendizagens que preciso de fazer neste momento e não me sinto confortável com essa necessidade, mas hei-de encontrar um meio de o conseguir. Sinto e sei que sou suficientemente tenaz para enfrentar e superar todos os desafios com que me deparo, por mais estranhos que me sejam. O que não farei é tomar a via fácil de transmutar o bom no mau, o amor no ódio, o cuidado no desprezo. Não é novidade para ninguém que eu faço sempre as coisas da maneira mais difícil. Esta não será excepção.
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