«somos a fachada de uma coisa morta
e a vida como que a bater à nossa porta
quando formos velhos, se um dia formos velhos
quem irá querer saber quem tinha razão
de olhos na falésia espera pelo vento
ele dá-te a direcção
ninguém é quem queria ser
eu queria ser
ninguém é quem queria ser
eu queria ser ninguém
a idade é oca e não pode ser motivo
estás a ver o mundo feito um velho arquivo
eu caminho e canto pela estrada fora
e o que era mentira pode ser verdade agora
se o cifrão sustenta a química da vida
porque tens ainda medo de morrer
faltará dinheiro
faltará cultura
faltará procura dentro do teu ser
ninguém é quem queria ser
eu queria ser
ninguém é quem queria ser
eu queria ser ninguém
diz-me se ainda esperas encontrar o sentido
mesmo sendo avesso a vê-lo em ti vestido
não tens de olhar sem gosto
nem de gostar sem ver
ninguém é quem queria ser
ninguém é quem queria ser
eu queria ser
ninguém é quem queria ser
eu queria ser ninguém»
«Foge Foge Bandido», projecto de Manel Cruz. «Ninguém é quem queria ser».
Do álbum «O amor dá-me tesão/Não fui eu que estraguei» [2008].
Bom Carnaval, hoje e sempre.
Amen.
[Porque não é preciso dizer mais nada.]
© [m.m. botelho]
e a vida como que a bater à nossa porta
quando formos velhos, se um dia formos velhos
quem irá querer saber quem tinha razão
de olhos na falésia espera pelo vento
ele dá-te a direcção
ninguém é quem queria ser
eu queria ser
ninguém é quem queria ser
eu queria ser ninguém
a idade é oca e não pode ser motivo
estás a ver o mundo feito um velho arquivo
eu caminho e canto pela estrada fora
e o que era mentira pode ser verdade agora
se o cifrão sustenta a química da vida
porque tens ainda medo de morrer
faltará dinheiro
faltará cultura
faltará procura dentro do teu ser
ninguém é quem queria ser
eu queria ser
ninguém é quem queria ser
eu queria ser ninguém
diz-me se ainda esperas encontrar o sentido
mesmo sendo avesso a vê-lo em ti vestido
não tens de olhar sem gosto
nem de gostar sem ver
ninguém é quem queria ser
ninguém é quem queria ser
eu queria ser
ninguém é quem queria ser
eu queria ser ninguém»
«Foge Foge Bandido», projecto de Manel Cruz. «Ninguém é quem queria ser».
Do álbum «O amor dá-me tesão/Não fui eu que estraguei» [2008].
Bom Carnaval, hoje e sempre.
Amen.
[Porque não é preciso dizer mais nada.]
© [m.m. botelho]