piolho d'ouro | porto | 11.11.2008
A noite estava fria, as montanhas de papéis e as capas de apontamentos e fotocópias acumulavam-se em cima das secretárias, mas até o mais heróico dos servos do estudo e do trabalho tem de comer. A tentação da francesinha do «Piolho» foi vencida e o prego no pão fez as honras da casa com muito mérito.
Sem esperar, descobri que o barulho sempre ensurdecedor do «Piolho» pode tornar-se a mais agradável das melodias quando tudo o que ouvimos há dias é o som das teclas a afundarem-se debaixo dos dedos ou da caneta a riscar o papel. No fundo, eu até gosto daqueles hinos que os caloiros cantam enquanto se embebedam muito para além do que a dec(ad)ência permite. Se os mando cantar mais baixo é só por implicância: eu queria era voltar a ter a vida despreocupada daquele tempo.
© [m.m. botelho]
Sem esperar, descobri que o barulho sempre ensurdecedor do «Piolho» pode tornar-se a mais agradável das melodias quando tudo o que ouvimos há dias é o som das teclas a afundarem-se debaixo dos dedos ou da caneta a riscar o papel. No fundo, eu até gosto daqueles hinos que os caloiros cantam enquanto se embebedam muito para além do que a dec(ad)ência permite. Se os mando cantar mais baixo é só por implicância: eu queria era voltar a ter a vida despreocupada daquele tempo.
© [m.m. botelho]