Não há volta a dar-lhe. Por momentos, tentei convencer-me de que seria possível o atrevimento de gostar do sabor de outros iogurtes que não os que bebo há, seguramente, mais de quinze anos. Eles olharam para mim na prateleira do hipermercado e eu ia jurar que os ouvi insultarem-me em surdina por nunca lhes ter dado o benefício da dúvida. Eu cedi e acabei por comprar uma embalagem de quatro, mas neste preciso instante concluo que foi dinheiro mal empregue. Sinceramente, não me importa por aí além o que pensem estes iogurtes de mim, porque a verdade, a única e inteira verdade é que eu não gosto de iogurtes líquidos de ananás. Estou casada com os de morango há demasiado tempo para pôr termo a esta feliz (embora sensaborona) relação, entrar em loucuras e sair por aí ao engate de outros sabores.
© [m.m. botelho]
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