Sobre este post de Vital Moreira, onde, a propósito do desmentido feito por Manuel Pedro sobre eventuais pagamentos ilícitos, é questionada a (falta de) isenção da comunicação social no relato das versões relacionadas com o chamado «Caso Freeport», propõe Carlos Vidal, neste post, o nome do constitucionalista para chefiar todas as polícias de investigação do mundo, e «que a partir de agora se aplique esta forma simples de resolver todas as investigações em curso, relativas a todo e qualquer tipo de crime, seja em que parte for do mundo. Ouvir os implicados apenas: «Você fez isto ou isto?» Se a resposta for «Não.», o homem ou a mulher devem imediatamente ser devolvidos ao estatuto de inocente e à liberdade que existe e pertence a todos nós.».
Ora, a conclusão de Carlos Vidal enferma de duas imprecisões.
1. Se está a ouvir os «implicados», isso significa que ainda não está a ouvir os condenados, portanto, não irá devolver o homem ou a mulher «ao estatuto de inocente», como diz Vidal, pois inocentes são todos até à prolacção de uma sentença condenatória, por força do princípio da presunção da inocência.
2. Mutatis mutandis, o mesmo raciocínio se aplica à liberdade.
Quanto a mais, não se vislumbra onde, no seu post, Vital Moreira afirme que, dos desmentidos categóricos dos próprios, tenha necessariamente de concluir-se que a investigação deva ser arquivada em virtude da sua inocência. Vital Moreira apenas afirma que os mesmos, tendo sido questionados, negaram categoricamente (e que, em sua opinião, estas declarações deveriam ter o devido destaque na imprensa). A "conclusão" só existe, portanto, no post de Carlos Vidal que, como fica patente, extrapola.
© Marta Madalena Botelho
Ora, a conclusão de Carlos Vidal enferma de duas imprecisões.
1. Se está a ouvir os «implicados», isso significa que ainda não está a ouvir os condenados, portanto, não irá devolver o homem ou a mulher «ao estatuto de inocente», como diz Vidal, pois inocentes são todos até à prolacção de uma sentença condenatória, por força do princípio da presunção da inocência.
2. Mutatis mutandis, o mesmo raciocínio se aplica à liberdade.
Quanto a mais, não se vislumbra onde, no seu post, Vital Moreira afirme que, dos desmentidos categóricos dos próprios, tenha necessariamente de concluir-se que a investigação deva ser arquivada em virtude da sua inocência. Vital Moreira apenas afirma que os mesmos, tendo sido questionados, negaram categoricamente (e que, em sua opinião, estas declarações deveriam ter o devido destaque na imprensa). A "conclusão" só existe, portanto, no post de Carlos Vidal que, como fica patente, extrapola.
© Marta Madalena Botelho