28.12.08

com chave de ouro

A partir de hoje restam apenas três dias de 2008, que é como quem diz, de ano velho. Logo a seguir, seremos todos presenteados com um pacote de 365 dias novinhos em folha, a estrear, a que chamaremos 2009. Diz-se por aí que será um ano de crise económica, de crise de valores, de crise no futebol, de crise na justiça, de crise na religião, de crise em tudo o que é canto. Esperemos, sinceramente, que, pelo menos, se salvem os éclairs da Leitaria da Quinta do Paço de que falei na crónica passada!

Na verdade, ninguém sabe como será o ano que aí vem, embora não faltem astrólogas e quejandos a anunciarem nas páginas dos jornais que detêm o precioso segredo do futuro. Não detêm, claro, mas a liberdade de expressão e as necessidades financeiras da imprensa escrita obrigam-nos a levarmos tanto com a verdade como com a mentira e, por isso, mais não resta do que cogitar sobre as universidades onde tal gente terá tirado o curso que lhes valeu o título de «professor»...

Tal como estes indivíduos com um especial fascínio por bolas de cristal, nenhum outro comum mortal é senhor do que haverá de vir. Em suma, andamos todos às apalpadelas à vida – uns mais, outros menos, claro – mas todos numa evidente salutar ignorância. Digo salutar porque, a este propósito, recordo-me de ouvir um professor (mas daqueles a sério, com doutoramento e tudo) dizer, em referência aos exames genéticos que permitem determinar a esperança de média de vida em função de factores hereditários, que, invariavelmente, ninguém é feliz a partir do dia em que conhece a data da sua morte, ou, pelo menos, o período de tempo em que a mesma pode estar iminente.

Transpondo, sem mais, o raciocínio, seríamos levados a crer que, de igual modo, seríamos todos profundamente infelizes logo a partir do dia 1 de Janeiro se soubéssemos o que vai acontecer no resto do ano, o que me parece um excelente motivo para não recorrer aos serviços da Maya, mas cada um sabe de si.

Voltando ao que importa, o factor surpresa parece, portanto, determinante para que nos sintamos entusiasmados para, além de estrear um novo ano, estrearmos cada um dos dias que o compõem. Talvez seja por isso, por causa dessa ausência de factor surpresa que, frequentemente, os últimos dias de Dezembro são dias negligenciados. Aqui entre nós: eu, no lugar do dia 31 de Dezembro, sentir-me-ia profundamente desanimada se, ano após ano, me visse descurada por causa do dia seguinte.

Convém não esquecer que o último dia do ano também o integra e, mais do que isso, que também é um dia, ou seja, uma dádiva, e que deve ser vivido com a mesma paixão, a mesma entrega e o mesmo sentimento de gratidão de todos os outros dias do ano. Lá porque é a chave que encerra o chamado «ano velho», não é necessariamente uma chave de latão.
Em suma, tenho de concluir que as palavras do meu insigne professor não se aplicam a tudo: lá porque já sabemos que o dia em que 2008 haverá de morrer é a próxima quarta-feira, ou seja, que poucos ou nenhuns cartuchos de factor surpresa restarão para queimar nesse dia, tal não deve ser sinónimo de desinteresse e, muito menos, de infelicidade.

Pela minha parte, tenciono, desta vez, encarar o último dia do ano com a mesmíssima alegria com que encarei o primeiro, independentemente de tudo. Afinal de contas, só haverá um dia 31 de Dezembro de 2008 e eu continuarei a ser uma privilegiada por vivê-lo, a cada segundo, até ao último dos segundos.

E faço votos, também para que todos sejamos capazes de encerrar 2008 como ele merece ser encerrado: não com chave de latão, mas com chave de ouro.

E que seja um muito feliz 2009!

[Também publicado emPnetMulher]

© Marta Madalena Botelho

21.12.08

a perfeição do mundo imperfeito

Consta que o Natal é época de excessos alimentares. As mesas costumam estar fartas, os apetites abertos e o convívio incentiva à gula e à digestão. Digo «consta» porque faço parte daquele grupo de pessoas a quem as mesas recheadas e tudo e mais alguma coisa causam sensação de enfartamento imediato, quase como que desincentivando a boca de comer aquilo que o estômago não quer ter a trabalheira de digerir. No fundo, tudo se resume a uma questão de preguiça e ao facto de me entusiasmar muito mais uma boa conversa à lareira na noite de Natal do que a calda de açúcar dos sonhos.

Seja Natal ou não, a verdade é que nunca tive grande queda para os doces. Não vou daqui ali por chocolate, por exemplo. Aliás, bem vistas as coisas, só gosto de um tipo de chocolate (o preto, de leite) e, mesmo desse, não como muito. Do mesmo modo, passo muito bem sem sobremesas, gelados e bolos. Mas é claro que, de vez em quando, me apetece uma fatia de pão-de-ló de Ovar, um travesseiro da Piriquita, um pastel de Belém, uma fatia de pudim Abade de Priscos ou de bolo de chocolate da minha mãe (simplesmente, o melhor do mundo), mas isso são desejos momentâneos e nem por isso muito frequentes.

Ora, por falar em doces, eu acho que nunca aqui escrevi acerca dos éclairs da Leitaria da Quinta do Paço. Mesmo que o tenha feito, todas as palavras são parcas para expressar o sabor daquelas pequenas preciosidades gastronómicas. Do chantilly que os recheia ao chocolate semi-amargo que os cobre, tudo nos éclairs da Leitaria da Quinta do Paço é perfeito e delicioso. Quem nunca provou, faça o favor de ir à Praça Guilherme Gomes Fernandes, no Porto, e experimentar. Também há de caramelo e de morango, mas eu sou uma conservadora, prefiro os tradicionais: não há como os de chocolate, perante os quais eu sucumbo a cada passo.

É verdade: não consigo passar por ali a horas em que a pastelaria esteja aberta sem me render a um éclair. A massa é deliciosa, o chantilly é divinal e a cobertura de chocolate é de comer e chorar por mais, se bem que, as mais das vezes, eu não a coma toda, ao contrário da maioria dos clientes, que até os dedos lambem para não desperdiçar nem um bocadinho!
E tudo isto a propósito do Natal. Sim, do Natal, porque a minha primeira intenção era escrever uma crónica sobre o assunto, neste que é o último domingo antes da data. Pensei falar sobre as ruas da baixa do Porto apinhadas de gente de mãos vazias, das montras atulhadas de coisas que ninguém compra, das reduções e saldos em tempo de festa, das expressões preocupadas de quem tem de fazer contas à vida e das caras de espanto perante os preços que parecem sempre altos. Em suma, o tema, encapotado, era a crise (ai a crise!).

E foi a crise tudo o que me rodeou ontem durante o périplo pelas lojas das redondezas até que entrei na Leitaria da Quinta do Paço e pedi um éclair de chocolate. O resto, é fácil de imaginar: sininhos, anjinhos e música celestial. Por momentos, viajei até ao Paraíso e por lá fiquei até saborear o último pedacinho de éclair. A experiência é indescritível, não há volta a dar-lhe.

Quando voltei à rua, os rostos até pareciam menos carrancudos, o ar menos gelado e a maçada das compras de Natal menos penosa. Tudo com muito menor importância, portanto. E lá comprei o que tinha de comprar para uma mão cheia de pessoas que adoro. A caminho de casa cheguei à conclusão de que, na sua imperfeição, o mundo é perfeito. Afinal de contas, a azáfama natalícia só dura umas semanas, enquanto os éclairs da Leitaria da Quinta do Paço estão lá durante todo o ano.

Já agora, Feliz Natal.

[Também publicado em PnetMulher]

© Marta Madalena Botelho

18.12.08

as minhas aventuras nos tribunais portugueses [2]

O juiz - Qual é a sua profissão?
A testemunha - Eu não tenho emprego. Sou desempregada.
O juiz - Desempregado é um estado, é uma situação, não é uma profissão. A senhora há-de ter uma profissão, não? O que é que a senhora fazia antes de ficar desempregada?
A testemunha - Eu nunca trabalhei. Entre 1996 e 2005 estudei Psicologia, mas depois tive de abandonar o curso a meio para olhar pelo meu pai.
O juiz - Entre 1996 e 2005? Durante nove anos?
A testemunha - Exacto.
O juiz - E não acabou o curso?
A testemunha - Tive de interromper para olhar pelo meu pai.

[...]

A testemunha [adiante, no depoimento] - Eu sei que ele é um psicopata. Eu sei que é porque eu andei a estudar isso e eu sei. Quando eu estudei isso eu percebi imediatamente que ele tinha todas as características. Foi quando eu descobri que ele era psicopata. Aliás, o dia em que eu descobri que ele era psicopata foi o mesmo dia em que descobri que eu sou sobredotada...

© Marta Madalena Botelho

as minhas aventuras nos tribunais portugueses [1]

O juíz - Vai ficar em pé, em frente a essa cadeira e vai falar para esse microfone. Vai responder a umas perguntas sobre a sua identificação pessoal. Diga-me o seu nome completo.
A testemunha - Fulano.
O juiz - O seu estado civil?
A testemunha - Estado civil? Eh... Normal.
O juiz - Não existe o estado civil "normal". O senhor só pode ser solteiro, casado, viúvo ou divorciado.
A testemunha - Ah, sou casado.
O juiz - Hum... É casado e acha isso normal?... Hum...

© Marta Madalena Botelho

14.12.08

a montanha partiu o rato

Após meses e meses de resistência, o Ministério da Educação resolveu assumir alguns dos seus erros e aceitou rever a sua posição na matéria da implementação da avaliação dos docentes. A Plataforma Sindical clamou vitória e nós, pais, alunos ou simples portugueses que estão fartinhos até à ponta dos cabelos de ouvir vezes sem conta as mesmas notícias a abrir os noticiários da rádio e da televisão rejubilámos todos, pensando que finalmente sucederia o tão aclamado diálogo e que o Ministério da Educação iria finalmente aceitar ouvir as propostas dos professores.

A verdade é que, ao aceitar voltar a discutir a questão, a Ministra Maria de Lurdes Rodrigues reconheceu três aspectos: (1) que o modelo proposto pelo Ministério era demasiado complexo, moroso e burocrático, (2) que existiam conflitos entre os avaliadores e os avaliados e que (3) mais do que propor, tinha imposto. Os sindicatos, por sua vez, não ficaram satisfeitos. Depois da reunião desta semana, ficou mais do que claro que a sua intenção não era rever o modelo de avaliação, mas sim exterminá-lo.

Isso mesmo ficou bem patente na proposta que a Plataforma Sindical apresentou na reunião, que consistia num modelo de auto-avaliação baseado na assiduidade, que cada professor apresentaria junto do Conselho Pedagógico da escola, órgão a que incumbiria acompanhar o seu cumprimento.

Ora, um modelo como este é risível. Depois de meses e meses de luta em que os professores clamavam em brados que não temiam a avaliação, vêm esses mesmos professores apresentar uma proposta de auto-avaliação. Até os mais distraídos sabem que a auto-avaliação, em rigor, não é avaliação alguma. Em suma, o que esta atitude acaba de demonstrar é que, afinal, a Ministra da Educação não estava assim tão longe da verdade quando dizia que o descontentamento dos professores se devia exclusivamente ao facto de não quererem ser avaliados. Se é por medo da avaliação ou não, ficámos todos sem saber, mas que não querem ser avaliados passou a ser claro como água.

Se, até aqui, a opinião pública sempre foi acompanhando a posição dos professores, não creio que continue a fazê-lo, pelo simples facto de que é convicção de muitos que o projecto de reforma em curso é fundamental para a melhoria da qualidade do ensino em Portugal. O importante é a formação dos indivíduos, pois é para isso que servem as escolas e não apenas para garantir a realização profissional de todos os que sentem a vocação de ensinar ou o ordenado de funcionário público de alguns no final do mês.

Não está já em causa a avaliação, que todos reconhecem necessária, mas tão somente o modo como haverá de ser feita e os requisitos a que obedecerá. Se os professores não aceitam o modelo de avaliação proposto pelo Ministério da Educação, terão necessariamente de propor outro, mas essa proposta terá de consistir num modelo de verdadeira avaliação e não numa forma camuflada de a evitar, como sucede com a auto-avaliação.

O braço-de-ferro que os sindicatos insistem em manter com o Governo não tem qualquer razão de ser e a sua manutenção revela-se prejudicial para todos, principalmente para os professores, que nitidamente perdem o terreno entretanto ganho perante a opinião pública e se afastam do reforço que poderia ser garantido pela oposição político-parlamentar, com quem demonstraram não estar em consonância. Na «guerra» de que falaram os sindicatos talvez o resultado venha a ser favorável ao Governo, o que ninguém deveria arriscar pagar para ver...

De tudo isto resta uma conclusão, a de que a montanha pariu o rato. O modelo de avaliação apresentado pelos professores é, afinal, um modelo de «não-avaliação» e isso, francamente, não é alternativa.

[Também publicado em PnetMulher]

© Marta Madalena Botelho

8.12.08

lembras-te?

nouvelle vague | c.a.e. são mamede | guimarães | 08.12.2007

A sala absolutamente apinhada. Gente, gente, gente e mais gente em redor. Um constante burburinho, o som das costas irrequietas nas cadeiras e dos obturadores das máquinas fotográficas.



«in a manner of speaking
I just want to say
that I could never forget the way
you told me everything
by saying nothing»


De repente, a sala absolutamente vazia. Apenas o escuro em redor. Os teus braços, o calor dos teus braços. Não precisaste que eu te dissesse as palavras.

© [m.m. botelho]

no início da noite

nora do zé da curva | guimarães | 08.12.2007

Há um ano. Lombinhos de porco preto. Migas. Arroz branco. Feijão preto. Farofa. Ananás. Mousse de chocolate. Café. Um par de cigarros. E os teus olhos sempre tão bonitos.

© [m.m. botelho]

7.12.08

já que falamos de sexo, falemos também de SIDA.

A Senhora Ministra da Saúde anunciou esta semana que os testes para detectar a contaminação com o vírus HIV vão passar a ser gratuitos no Serviço Nacional de Saúde. Como tantas outras, trata-se de mais uma medida que, embora positiva, não deixa de ser demagógica, daquelas que parece que tem um grande efeito mas não tem efeito nenhum ou, pelo menos, não o que o Governo lhe pretende imprimir e despudoradamente apregoa. Contudo, antes testes gratuitos do que nenhuns testes, «do mal, o menor». Mas não chega e não pode servir de pretexto para que o Governo finja que está tudo bem e se esquive à sua responsabilidade no controlo do alastramento da doença. Com isto não estou a querer dizer que não se faz nada, mas sim que o que se faz é pouco ou não tão profícuo como desejável. Ou seja, não ponho a tónica no que se faz, mas sim na ausência de resultados.

Pela minha parte, ficaria mil vezes mais feliz se o Governo anunciasse que, finalmente, tinha decidido apostar verdadeiramente na prevenção através de aulas de educação sexual para toda – repito, toda – a população.

Basta recuar uma geração em relação à minha para ver que as pessoas que andam hoje entre os cinquenta e os sessenta anos iniciaram a sua vida sexual de forma desprotegida e desse modo mantêm a sua prática sexual. Naquele tempo, dizem, ninguém falava em SIDA e, portanto, não havia grandes precauções a tomar a não ser as devidas cautelas para que não acontecesse uma gravidez indesejada. De resto, o único cuidado a ter era na escolha do parceiro, que convinha que tivesse um ar minimamente limpinho. Daí se conclui que, hoje como então, há quem continue a acreditar que a transmissão de doenças como a SIDA não afecta senão os homossexuais, os toxicodependentes e os heterossexuais que praticam sexo desprotegido com prostitutas.

O tema assume contornos ainda mais constrangedores entre os casais. As mulheres acham que não têm o direito de pedir aos seus maridos que façam testes, sob pena de eles legitimamente se sentirem ofendidos por elas se atreverem a pôr em causa a sua fidelidade sexual. E se julgam que não têm o direito de exigir aos maridos a simples realização de um teste, muito menos acham que podem pedir-lhes que utilizem preservativo, mesmo quando sabem que os maridos têm relações extraconjugais (e sabem-no tantas e tantas vezes). No que respeita aos homens, o panorama não difere muito. Digamos que nenhum pai de família devidamente aprumado se atreve a pedir à sua mulher, mãe dos seus filhos, que faça o teste (pois se nem sexo oral – senhores, trata-se da boca que lhes beija a descendência herdeira! -, quanto mais um teste de HIV...). Entre os casais não há cá dessas coisas. E sendo portugueses, não há que temer: a Nossa Senhora de Fátima protege os bons pais e mães de família desse tipo de maleitas como a SIDA e outras do género. Certamente, não se dão ao trabalho de olhar para as estatísticas, caso contrário perceberiam que nem só de drogados e de gays vivem elas e que, portanto, os números engordam graças a alguém. *

Os jovens portugueses precisam de educação sexual, sem dúvida. Mas convém não esquecer que não são só eles, é um país inteiro de gente que continua a achar que Portugal é «um cantinho do céu» e que, assim sendo, está devidamente protegido, acautelado, vacinado mesmo se não houver protecção, cautela, vacina. Quem assim pensa são os mesmos portugueses a quem a notícia desta semana agrada, mas não aquece nem arrefece. No fundo, todos acreditamos que por vergonha, por acharem desnecessário ou por qualquer outra razão, não serão muitos os que vão querer fazer o teste no S.N.S. e, sendo assim, não se vai gastar muito dinheiro de impostos com isto (afinal, tudo o que interessa).

Distribuir testes é giro, é moderno, é sinal de preocupação. Claro que sim, dizemos nós todos contentes, apoiando a medida e achando que em 2008 já se fez tudo o que havia para fazer em relação ao assunto do qual só nos lembraremos no próximo dia mundial de luta contra a SIDA, ou seja, a 1 de Dezembro de 2009. Pelo caminho, esquecemos que quanto mais tarde começarmos a prevenir, mais tarde conseguiremos controlar os efeitos. Isto, é claro, se conseguirmos.

* Particularmente elucidativo é o relatório que o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge divulgou em Junho de 2008, especialmente pp. 7 e 8.

[Também publicado em PnetMulher]

© Marta Madalena Botelho

4.12.08

dustin


Dustin O'Halloran. «Opus 37».
Do álbum «Piano Solos. Vol. 2» [2006].

2.12.08

ready for the future to arrive

«on the morning when I woke up without you for the first time
I was cold so I put on a sweater and I turned up the heat
and the walls began to close in and I felt so sad and frightened
I practically ran from the living room out into the street

and the wind began to blow and the trees began to pant
and the world in its cold way started coming alive
and I stood there like a business man waiting for the train
and I got ready for the future to arrive

and I sang
oh, what do I do? what do I do? what do I do?
what do I do without you?»



The Mountain Goats. «Woke up new».
Do álbum «Get lonely» [2006].

Um complemento, digamos assim, ao texto anterior.

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» O âmbito do direito de autor e os direitos conexos incidem a sua protecção sobre duas realidades: a tutela das obras e o reconhecimento dos respectivos direitos aos seus autores.
» O direito de autor protege as criações intelectuais do domínio literário, científico e artístico, por qualquer modo exteriorizadas.
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