29.3.09

coisas pequenas

Esta semana cumpriu-se um ano sobre o lançamento da rede Pnet tal como a conhecemos hoje e, especificamente, sobre o lançamento da PnetMulher e da PnetHomem, dois sites de crónicas onde 14 vozes vão dizendo, ao longo dos dias da semana, de sua justiça.

Tenho o privilégio de estar no «projecto cor-de-rosa» (por favor, permitam que eu me refira assim a este site) desde o arranque. Digo «privilégio» porque para mim o foi verdadeiramente e por vários motivos. Em primeiro lugar, porque eu nunca tinha sido parte integrante de um espaço de escrita colectivo (se exceptuarmos algumas coisas escritas a quatro mãos, mas de cariz muito diverso do que por cá se faz); depois, porque eu não fazia ideia de como se estruturava um site com estas características e foi muito bom ver e aprender; por último, porque eu estava longe de imaginar o quão gratificante seria pertencer a uma equipa escrevente tão diversificada em tantos aspectos.

Sobre o que é a PnetMulher não vale a pena escrever: isso vê-se e as minhas palavras sempre ficariam aquém do dinamismo que esta página contém. Por isso, prefiro falar sobre as minhas crónicas semanais.

Uma das minhas canções favoritas dos Madredeus chama-se «Coisas pequenas». Gosto dela por vários motivos mas, acima de tudo, porque se debruça mais sobre o desejo do que sobre a concretização, o que é raro alguém fazer e percebe-se bem porquê: é muito mais difícil falar do desejo de amar do que do próprio amor, por exemplo.

Quando releio as minhas crónicas costumo pensar mais no que elas poderiam ter sido do que naquilo que são. São, como diz a letra do Pedro Ayres de Magalhães sobre as palavras, «coisas pequenas» e «coisas pequenas são / coisas pequenas». Dentro de mim está sempre o desejo de que essas «coisas pequenas» que por aqui vou deixando escritas sejam o bastante para dizer o quanto eu gosto de as escrever. Não sei se este meu desejo se concretiza sempre - é esta a diferença entre o que as minhas crónicas são e o que elas poderiam ter sido – mas provavelmente não é suposto saber. As crónicas só são minhas enquanto as escrevo, porque depois são do leitor, do mesmo modo que só são o que eu queria que fossem enquanto as escrevo, porque depois são o que o leitor quiser que elas sejam.

Estas crónicas só existem porque um dia a Maria do Céu Brojo teve a amabilidade de me endereçar um convite inteiramente inesperado. Esse convite só existiu porque os responsáveis pela rede Pnet quiseram criar este site. Este projecto só se concretizou porque um grupo de pessoas aceitou o desafio de assumir o cumprimento de cada uma das tarefas. A PnetMulher só se mantém online há um ano porque desse lado há quem nos leia e nos faça sentir que vale a pena continuar.

Por isso, na comemoração deste primeiro ano de existência da PnetMulher, importa felicitar e agradecer a todos, sem excepção, mas principalmente a ti, que neste momento me lês. Sabes, sem alguém desse lado do monitor isto por aqui, por muito bom que fosse, não teria graça nenhuma, acredita. Isto que aqui deixo escrito é só um «obrigada». Sim, caro leitor, «coisas pequenas», talvez, mas «são tudo o que eu te quero dar».

[Ouvir: Madredeus. «Coisas pequenas». Do álbum «Paraíso». 1997.]

[Também publicado em PnetCrónicas.]

[Nota: em 01/07/2009 operou a fusão dos sites PnetMulher e PnetHomem, o que deu origem ao site PnetCrónicas.]

© Marta Madalena Botelho

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