Uma das melhores "etiquetas" que este blogue tem é "citações". Diz imenso sobre mim e sobre o que penso com as palavras dos outros e (sem qualquer pedido de perdão pela imodéstia que é inteiramente assumida) isso é um inegável sinal de inteligência: usar as palavras dos outros para dizer o que queremos dizer tem muitas vezes muito mais impacto do que usar as nossas.
[Todavia, isto é muito diferente do ser mero "macaquinho de repetição" do que os outros dizem. Há pessoas que, às vezes, abrem a boca para falar ou os blogues para escrever e tudo o que lhes sai é um chorrilho de frases idênticas às que já ouvimos a outra pessoa (regra geral, a uma pessoa que lhes é próxima). É patético que o façam com qualquer pessoa, mas torna-se ainda mais patético que o façam perante pessoas como eu, que têm memória de elefante e imediatamente vão identificar "a fonte". E quando se acabarem as frases feitas, o que farão? Eu cá tenho uma ideia, que já vi fazer a outros: pegarão no telemóvel, farão uma chamada e dirão: «Já disse tudo o que me disseste, mas não resultou. E agora, o que é que eu faço?». É só uma ideia, nem sequer seria novidade.]
Mas adiante, que eu não quero dispersar-me do objectivo do meu texto que era, uma vez mais, recorrer às palavras alheias para expressar o que sinto neste momento, palavras alheias essas que o farão muito melhor do que as minhas. Com efeito, há um ditado galego que diz assim: «río abaixo vai un tonto, deixar ir que a súa intención leva». Eu sou o tonto, como é óbvio. Deixai-me ir, portanto, que a minha intenção levo, ainda que, aqui e ali, possa parecer que não. Eu sei que vou chegar a algum lado e isso é tudo o que importa e não, não tenho de andar para aí a gritar aos quatro ventos qual é a minha meta. «Live and let live», como dizem os britânicos. Olha, mais um ditado (e o título de uma canção do Cole Porter). Eu bem digo que isto está tudo inventado desde a Babilónia Antiga.
© [m.m. botelho]
[Todavia, isto é muito diferente do ser mero "macaquinho de repetição" do que os outros dizem. Há pessoas que, às vezes, abrem a boca para falar ou os blogues para escrever e tudo o que lhes sai é um chorrilho de frases idênticas às que já ouvimos a outra pessoa (regra geral, a uma pessoa que lhes é próxima). É patético que o façam com qualquer pessoa, mas torna-se ainda mais patético que o façam perante pessoas como eu, que têm memória de elefante e imediatamente vão identificar "a fonte". E quando se acabarem as frases feitas, o que farão? Eu cá tenho uma ideia, que já vi fazer a outros: pegarão no telemóvel, farão uma chamada e dirão: «Já disse tudo o que me disseste, mas não resultou. E agora, o que é que eu faço?». É só uma ideia, nem sequer seria novidade.]
Mas adiante, que eu não quero dispersar-me do objectivo do meu texto que era, uma vez mais, recorrer às palavras alheias para expressar o que sinto neste momento, palavras alheias essas que o farão muito melhor do que as minhas. Com efeito, há um ditado galego que diz assim: «río abaixo vai un tonto, deixar ir que a súa intención leva». Eu sou o tonto, como é óbvio. Deixai-me ir, portanto, que a minha intenção levo, ainda que, aqui e ali, possa parecer que não. Eu sei que vou chegar a algum lado e isso é tudo o que importa e não, não tenho de andar para aí a gritar aos quatro ventos qual é a minha meta. «Live and let live», como dizem os britânicos. Olha, mais um ditado (e o título de uma canção do Cole Porter). Eu bem digo que isto está tudo inventado desde a Babilónia Antiga.
© [m.m. botelho]