
1.Diz que a RTP emitiu, esta noite, um «Prós & Contras» sobre a necessidade ou não da realização de um referendo nacional sobre a legalização do acesso ao casamento civil por parte de pessoas do mesmo sexo.
2. Diz que o programa foi solicitado por um grupo de associações civis que defende a realização do referendo.
3. Diz que na bancada estavam dois deputados, um de cada um dos partidos de direita, a saber, Jorge Bacelar Gouveia (PSD) e José Ribeiro e Castro (CDS-PP), ou seja, deputados que se fartam de arrazoar que a questão não é prioritária.
[Lembremos, a propósito, que Bacelar Gouveia escreveu um artigo de opinião publicado no «Público» de 30/10/2009 que começava assim: «A XI Legislatura começa mal: começa com o tema fracturante da aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo, por simultânea iniciativa do PS e do BE. Como se Portugal, no estado em que está, não tivesse outras prioridades, perante a crise económico-financeira profunda em que se encontra mergulhado, da qual, aliás, já muitos outros países estão a sair».
José Ribeiro e Castro, por seu turno, dizia em 03/11/2009 à «Lusa» estas palavras: «Sou contra [a legalização de casamentos entre pessoas do mesmo sexo] e penso que é uma questão que não tem prioridade política, mas participarei nesse debate e penso que não é possível ao Governo e ao PS avançarem para uma alteração jurídica sem ouvir os portugueses».]
3. Diz que na bancada dos que defendem o referendo estavam cerca de 150 pessoas.
4. Diz que, muito provavelmente, essas 150 pessoas também afinam pelo coro do «isto não é prioritário».
5. Diz que o programa demorou cerca de três horas, mais coisa, menos coisa.
6. Diz que as 150 alminhas não arredaram pé do Teatro Armando Cortez até ao final do programa, de tão interessadas que estão no «debate público da questão».
Tudo isto, claro, só porque o assunto «não é prioritário».
Imaginemos, então, se fosse...
© Marta Madalena Botelho
2. Diz que o programa foi solicitado por um grupo de associações civis que defende a realização do referendo.
3. Diz que na bancada estavam dois deputados, um de cada um dos partidos de direita, a saber, Jorge Bacelar Gouveia (PSD) e José Ribeiro e Castro (CDS-PP), ou seja, deputados que se fartam de arrazoar que a questão não é prioritária.
[Lembremos, a propósito, que Bacelar Gouveia escreveu um artigo de opinião publicado no «Público» de 30/10/2009 que começava assim: «A XI Legislatura começa mal: começa com o tema fracturante da aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo, por simultânea iniciativa do PS e do BE. Como se Portugal, no estado em que está, não tivesse outras prioridades, perante a crise económico-financeira profunda em que se encontra mergulhado, da qual, aliás, já muitos outros países estão a sair».
José Ribeiro e Castro, por seu turno, dizia em 03/11/2009 à «Lusa» estas palavras: «Sou contra [a legalização de casamentos entre pessoas do mesmo sexo] e penso que é uma questão que não tem prioridade política, mas participarei nesse debate e penso que não é possível ao Governo e ao PS avançarem para uma alteração jurídica sem ouvir os portugueses».]
3. Diz que na bancada dos que defendem o referendo estavam cerca de 150 pessoas.
4. Diz que, muito provavelmente, essas 150 pessoas também afinam pelo coro do «isto não é prioritário».
5. Diz que o programa demorou cerca de três horas, mais coisa, menos coisa.
6. Diz que as 150 alminhas não arredaram pé do Teatro Armando Cortez até ao final do programa, de tão interessadas que estão no «debate público da questão».
Tudo isto, claro, só porque o assunto «não é prioritário».
Imaginemos, então, se fosse...
© Marta Madalena Botelho