Quando eu já não tinha idade para que me contassem histórias antes de adormecer, às vezes ainda pedia à minha Mãe que me contasse uma. A minha Mãe, muito pragmática e com solução para tudo excepto para os males do coração, contava-me, então, a «História da Maria Vitória», a qual rezava assim: «Era uma vez uma menina que se chamava Maria Vitória. Morreu a menina, acabou-se a história». E depois disto, com um pouco de sorte e de insistência, seguia-se a «História do Pai careca» ou, com um pouco de azar e determinação, seguia-se um beijo de boa noite e fim de parlatório.
Hoje dei com a imagem que ilustra este texto e lembrei-me disso, das histórias rápidas, tão rápidas que só têm princípio e fim, como a «História da Maria Vitória». Histórias daquelas que acabam tão rapidamente como começaram: num fósforo, e vai-se ver o que há de miolo nelas e nada encontramos.
Todos teremos histórias dessas nas nossas vidas, parece-me. E se há facto verdadeiro nisto tudo é este: a menina morre e, depois, a história acaba. Sim, quando a menina morre, a história acaba mesmo. [E ainda bem.]
© [m.m. botelho]
Hoje dei com a imagem que ilustra este texto e lembrei-me disso, das histórias rápidas, tão rápidas que só têm princípio e fim, como a «História da Maria Vitória». Histórias daquelas que acabam tão rapidamente como começaram: num fósforo, e vai-se ver o que há de miolo nelas e nada encontramos.
Todos teremos histórias dessas nas nossas vidas, parece-me. E se há facto verdadeiro nisto tudo é este: a menina morre e, depois, a história acaba. Sim, quando a menina morre, a história acaba mesmo. [E ainda bem.]
© [m.m. botelho]