Que os momentos são únicos e, portanto, não se repetem, é uma verdade de La Palice que qualquer tolo sabe. No que me parece que nem todos [a começar por mim, às vezes] reflectem devidamente é no facto de essa característica de irrepetibilidade significar que podemos voltar às datas, aos sítios, até mesmo às pessoas, que mesmo assim os momentos não serão, sequer, comparáveis. Os anos passam, os dias do calendário repetem-se [os aniversários, as passagens de ano, os Natais, os feriados], voltamos a fazer as mesmas coisas com as mesmas pessoas mas cada dia é um dia em si, que não pode ser comparado com nenhuma outra circunstância parecida.
Não há parecenças entre os dias e os acontecimentos. Pode haver parecenças em tudo o resto, mas não no que sentimos dentro do peito a cada instante. Por isso, porque somos o que somos apenas naquele específico segundo em que somos aquilo, não podemos comparar isso com nada. Não podemos comparar isso com absolutamente nada, ainda que à volta tudo seja igual.
© [m.m. botelho]
Não há parecenças entre os dias e os acontecimentos. Pode haver parecenças em tudo o resto, mas não no que sentimos dentro do peito a cada instante. Por isso, porque somos o que somos apenas naquele específico segundo em que somos aquilo, não podemos comparar isso com nada. Não podemos comparar isso com absolutamente nada, ainda que à volta tudo seja igual.
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