Acerca do post anterior, perguntaram-me em conversa em que é que eu estava a pensar, concretamente, quando o escrevi. Respondi que aquilo em que eu estava a pensar não interessa ao leitor, pois a este apenas interessa aquilo em que ele próprio pensar aquando da leitura.
Isto é o mesmo que dizer que este blogue é um repositório de reflexões minhas, que partem de mim e são para mim. Não escrevo a antecipar o que os que vão ler vão sentir, pensar ou achar sobre aquilo que eu escrevi. Escrevo para mim [já aqui o disse, mas repito]. Sendo assim, é óbvio que as coisas que aqui são ditas podem ter uma interpretação e um significado para mim e outros para o leitor. E isso, que importa?
Este blogue raramente é uma plataforma de diálogo, se é que alguma vez o foi, a não ser para pessoas a quem eu aviso previamente e, regra geral, para falar de experiências boas que passámos juntos. Este blogue não tem como propósito entabular conversações, enviar mensagens, dar conselhos, "cagar leis" sobre a vida e o mundo para ninguém, a não ser para mim mesma. Raramente escrevo sobre os outros, porque eu é que sou o meu mais interessante objecto de análise. Isto talvez se chame narcisismo, mas neste momento estou muito pouco interessada em classificações de escola e muito mais interessada noutros aspectos e noutros assuntos.
Aqui, escrevo sobre mim, sobre o que eu sinto, sobre o que eu penso, sobre o que eu faço, sobre o que eu desejo. Não vale a pena ler os meus textos como se fossem algo mais do que isto: não passam de solilóquios meus. Também já disse aqui que, na vida, sou uma mera aprendiz sem pretensões de chegar a mestre e isso mantém-se. Não tenho vocação para ensinar a ninguém coisa alguma, só tenho vocação para partilhar com os outros as conclusões a que eu vou chegando, as quais têm a importância que se lhes quiser dar.
O que interessa ter em mente quando se lê qualquer post deste blogue é a frase que está lá em baixo, da autoria do filósofo canadiano Marshall McLuhan (que, curiosamente, morreu no mesmo ano em que eu nasci) e que diz assim: «I don't necessarily agree with everything I say». Porque esta frase não está lá em baixo, permanentemente visível, por acaso: está lá porque reflecte a minha inteira noção de que a mudança pode ocorrer na minha vida, de que o que penso não é estático, de que sei que às vezes tenho de repetir muitas vezes a mesma ideia para acreditar um pouco mais nela, porque a vida em sociedade assim obriga. Até esta frase, portanto, pode ter muitas interpretações.
Voltando ao post anterior. Quem o ler haverá de pensar no que quiser, naquilo que lhe fizer ressonância. Pode pensar em acontecimentos como a guerra, o Holocausto, a morte da Mãe, a perda de um Filho, a traição de um marido, a cobardia de um colega de trabalho, um fracasso pessoal, no que quiser! Aquilo em que eu pensei quando o escrevi, repito, é o que menos importa. Porque aquilo em que eu pensei apenas a mim diz respeito, apenas à minha vida se aplica e não é propósito deste blogue que a minha vida sirva de espelho a ninguém para que nele se reveja ou nele espreite para me tentar encontrar. Não é pela leitura de um blogue que se conhece o seu autor ou, sequer, fica a saber-se como ele pensa ou age em determinadas circunstâncias.
Se se lerem os blogues com isto presente, não haverá a tentação de fazer perguntas como a que me foi feita, nem haverá a tentação de se achar que se compreende o que está escrito exactamente como foi escrito, pois o que é lido nunca é igual ao que é escrito e ter consciência disto é apenas sinal de inteligência.
Por isso é que, pela minha parte, leio os blogues que leio pelo prazer de ler o que está bem escrito, sem pretensões de desconstrução, de análise, de compreensão daquilo que o autor queria dizer, estava a viver ou a sentir. Não me interessa isso: interessa-me o que o autor me disse, o que as suas palavras despertaram em mim e como as posso aplicar a mim e à minha vida e nada mais.
Não sei se é assim que os blogues devem ser lidos, só sei que é assim que eu os leio. E cada um lê o que quer, como quer, onde quer. O que posso afirmar é que por aqui, só haverá "explicações" adicionais quando eu entender e se eu entender [porque, por exemplo, preciso de reflectir melhor sobre um determinado assunto]. Aqui não se encontram lições de vida porque aqui não há mestres, só há uma aprendiz. E, ainda por cima, só há uma aprendiz ávida de conhecimento, descoberta e aperfeiçoamento, o que lhe deixa muito pouco tempo escrever posts longos, como os que eu escrevo, a pensar nos outros ou para que os outros deles tirem qualquer vantagem. Se tirarem, óptimo para eles. Se não tirarem, é porque não tinham de ou não podiam tirar.
© [m.m. botelho]
Isto é o mesmo que dizer que este blogue é um repositório de reflexões minhas, que partem de mim e são para mim. Não escrevo a antecipar o que os que vão ler vão sentir, pensar ou achar sobre aquilo que eu escrevi. Escrevo para mim [já aqui o disse, mas repito]. Sendo assim, é óbvio que as coisas que aqui são ditas podem ter uma interpretação e um significado para mim e outros para o leitor. E isso, que importa?
Este blogue raramente é uma plataforma de diálogo, se é que alguma vez o foi, a não ser para pessoas a quem eu aviso previamente e, regra geral, para falar de experiências boas que passámos juntos. Este blogue não tem como propósito entabular conversações, enviar mensagens, dar conselhos, "cagar leis" sobre a vida e o mundo para ninguém, a não ser para mim mesma. Raramente escrevo sobre os outros, porque eu é que sou o meu mais interessante objecto de análise. Isto talvez se chame narcisismo, mas neste momento estou muito pouco interessada em classificações de escola e muito mais interessada noutros aspectos e noutros assuntos.
Aqui, escrevo sobre mim, sobre o que eu sinto, sobre o que eu penso, sobre o que eu faço, sobre o que eu desejo. Não vale a pena ler os meus textos como se fossem algo mais do que isto: não passam de solilóquios meus. Também já disse aqui que, na vida, sou uma mera aprendiz sem pretensões de chegar a mestre e isso mantém-se. Não tenho vocação para ensinar a ninguém coisa alguma, só tenho vocação para partilhar com os outros as conclusões a que eu vou chegando, as quais têm a importância que se lhes quiser dar.
O que interessa ter em mente quando se lê qualquer post deste blogue é a frase que está lá em baixo, da autoria do filósofo canadiano Marshall McLuhan (que, curiosamente, morreu no mesmo ano em que eu nasci) e que diz assim: «I don't necessarily agree with everything I say». Porque esta frase não está lá em baixo, permanentemente visível, por acaso: está lá porque reflecte a minha inteira noção de que a mudança pode ocorrer na minha vida, de que o que penso não é estático, de que sei que às vezes tenho de repetir muitas vezes a mesma ideia para acreditar um pouco mais nela, porque a vida em sociedade assim obriga. Até esta frase, portanto, pode ter muitas interpretações.
Voltando ao post anterior. Quem o ler haverá de pensar no que quiser, naquilo que lhe fizer ressonância. Pode pensar em acontecimentos como a guerra, o Holocausto, a morte da Mãe, a perda de um Filho, a traição de um marido, a cobardia de um colega de trabalho, um fracasso pessoal, no que quiser! Aquilo em que eu pensei quando o escrevi, repito, é o que menos importa. Porque aquilo em que eu pensei apenas a mim diz respeito, apenas à minha vida se aplica e não é propósito deste blogue que a minha vida sirva de espelho a ninguém para que nele se reveja ou nele espreite para me tentar encontrar. Não é pela leitura de um blogue que se conhece o seu autor ou, sequer, fica a saber-se como ele pensa ou age em determinadas circunstâncias.
Se se lerem os blogues com isto presente, não haverá a tentação de fazer perguntas como a que me foi feita, nem haverá a tentação de se achar que se compreende o que está escrito exactamente como foi escrito, pois o que é lido nunca é igual ao que é escrito e ter consciência disto é apenas sinal de inteligência.
Por isso é que, pela minha parte, leio os blogues que leio pelo prazer de ler o que está bem escrito, sem pretensões de desconstrução, de análise, de compreensão daquilo que o autor queria dizer, estava a viver ou a sentir. Não me interessa isso: interessa-me o que o autor me disse, o que as suas palavras despertaram em mim e como as posso aplicar a mim e à minha vida e nada mais.
Não sei se é assim que os blogues devem ser lidos, só sei que é assim que eu os leio. E cada um lê o que quer, como quer, onde quer. O que posso afirmar é que por aqui, só haverá "explicações" adicionais quando eu entender e se eu entender [porque, por exemplo, preciso de reflectir melhor sobre um determinado assunto]. Aqui não se encontram lições de vida porque aqui não há mestres, só há uma aprendiz. E, ainda por cima, só há uma aprendiz ávida de conhecimento, descoberta e aperfeiçoamento, o que lhe deixa muito pouco tempo escrever posts longos, como os que eu escrevo, a pensar nos outros ou para que os outros deles tirem qualquer vantagem. Se tirarem, óptimo para eles. Se não tirarem, é porque não tinham de ou não podiam tirar.
© [m.m. botelho]